Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto teve como principal ideia fugir dos paradigmas impostos pla organização dos cartórios tradicionais, onde as atividades são excessivamente divididas em espaços segmentados. Desde o início, tanto os arquitetos como o cliente desejaram criar ambientes mais agradáveis, com maior contato visual e integração entre as estações de trabalhos e diferentes setorizações da empresa.
Para atender as necessidades funcionais e estéticas do escritório buscamos compreender cada função e setor da empresa para encontrar um bom desenho entre as necessidades de isolamento e de comunicação entre os usuários. Nos inspiramos em ambientes compostos por materiais tradicionais e sofisticados ao mesmo tempo que utilizamos como referência escritórios mais despojados onde as relações pessoais entre os funcionários se fazem fortemente presente.
O cartório decidiu por se instalar em um edifício cujos andares foram projetados para escritório pequenos. A maior dificuldade que encontramos foi a grande quantidade de pilares, vigas e chafts de instalações existentes, dificultando a proposta de criar uma grande sala de trabalho única e sem paredes.
Além disso, outra dificuldade do projeto está relacionada a setorização exigida pelo programa. As áreas foram divididas em dois pavimentos. Dentro deste modelo de escritório, grande parte dos setores exigem dos usuários maior concentração e isolamento. Por outro lado, existem áreas livres de acesso ao público, com maior circulação de pessoas, além dos eventuais convidados internos para a realização de palestras e convenções. A arquitetura precisava encontrar uma forma de conservar as necessidades de cada setor e, ao mesmo tempo, manter o contato visual e o bem-estar entre eles.
O diferencial está na busca por espaços e ambientes abertos e claros, visualmente integrados dentro de um cartório onde as atividades exigem muito sigilo, controle interno e concentração tradicionalmente concretizados pelo excesso de divisórias.
Outro diferencial acontece nos detalhes executados da marcenaria e das divisórias internas do escritório. A marcenaria possibilitou resolver questões como a divisão dos ambientes, solução dos problemas funcionais existentes no antigo escritório e organização de arquivos, além de tornar mais simples e fácil o manuseio e o processo que se dá pelos documentos desde a sua entrada até o seu arquivamento final.
Além da marcenaria, outro fator essencial para o sucesso do projeto foi a utilização de arquivos deslizantes. Esse tipo de arquivamento possibilitou maior economia dos espaços e criou um pulmão de expansão para o futuro crescimento da instituição, solicitação feita pelo cliente desde a fase de concepção do projeto.
Como solução de layout, utilizamos a dupla linha de pilares presentes no centro do edifício para criar os corredores de circulação do escritório onde também ocorre a distribuição dos setores. Dessa forma, otimizamos os espaços de permanência concentrando-os nos maiores vãos do edifício. Com relação ao acesso ao público, mantivemos o atendimento ao cliente próximo dos elevadores no primeiro pavimento e o auditório, biblioteca, administração e T.I próximos aos elevadores do segundo pavimento. As funções mais restritas e isoladas foram concentradas no perímetro do edifício e afastadas das circulações mais intensas.
A maior e mais interessante integração entre ambientes acontece no segundo pavimento entre as estações de trabalho, os arquivos e a biblioteca. Estes ambientes, antes isolados por alvenarias, ganharam no novo projeto espaços visualmente integrados graças a utilização de divisórias em vidro. O vidro garante o isolamento acústico entre as salas ao mesmo tempo em que mantém o contato visual entre as mesmas, visto que o escritório possui um importante setor de arquivos históricos, agora valorizados e conservados pela nova caixa de vidro.